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Dalva de Barros [Artista Plástica Brasileira]

Dalva de Barros - nasceu em Cuiabá no dia 27 de outubro de 1935, fruto do casamento entre o goiano Nabor de Barros e a maranhense Maria José Costa Barros.

Incentivo nunca faltou em sua vida.
No interior filha de pai garimpeiro, aprendeu bem cedo a comprar e a vender diamantes.

Durante muitos anos Dalva morou em uma fazenda em Estivado, localidade próxima ao município de Diamantino. Ali, sua mãe cuidava de um restaurante à beira da estrada.

Nos fundos, seu pai criava gado. E Dalva ministrava aulas em uma escola rural. Nas horas vagas, se dedicava ao desenho. O primeiro curso foi feito pelo Instituto Universal por correspondência aos 23 anos. Os primeiros quadros iam direto para as paredes do restaurante da família.




Em 1961 vai estudar em São Paulo na Fundação Armando Álvares Penteado. Além da pintura trabalhou como artesã durante um bom tempo. Em 1966, Dalva foi convidada pela crítica de arte Aline Figueiredo, para participar de um concurso em Campo Grande, com um quadro que retratava a lida nos garimpos, e acabou conquistando o terceiro lugar. Este quadro foi adquirido pelo diretor do Museu de Arte de São Paulo, Pietro Maria Baldi, a pedido de Assis Chateaubriand, que não pôde ir a Campo Grande porque estava doente.



Em 1967, Filinto Muller consegue com o governador do Estado uma bolsa para Dalva, que segue para o Rio de Janeiro, onde passaria três anos fazendo curso livre de pintura na Escola Nacional de Belas Artes. Na época trabalhava como cabeleireira para garantir o sustento.


Dalva retorna para Mato Grosso em 1971, após a morte de seu pai. Depois de um ano na fazenda da família, começou a trabalhar com artesanato. "Fazia bolsas, sandálias, utilizava um motor para recortar as peças" - relembra. Em função deste ofício arrumou emprego na Secretaria Estadual de Cultura: ensinava artesanato e pintura nas associações de bairro e nos presídios e fazia a cenografia de peças de teatro. Logo depois, trabalhou na Casa do Artesão, que havia sido remodelada por Maria Lygia de Borges Garcia, esposa do então governador Garcia Neto.


Somente aos 27 anos foi que ela realizou a sua primeira exposição, na sala da União Nacional dos Estudantes, que ficava em cima do antigo Cine Teatro de Cuiabá.


A artista plástica foi responsável pelo Ateliê Livre quando foi aberta a Fundação Cultural, entre 1976 e 1980 e orientou o Ateliê Livre do Museu de Arte e de Cultura Popular da Universidade Federal de Mato Grosso, entre os anos de 1981 e 1996.


Sobre sua vida sintetiza: "Não foi uma vida fácil, mas quando olho para o meu passado sinto orgulho de tudo o que fiz".

A artista plástica Dalva de Barros leva uma vida modesta. Veste roupas simples, tem um olhar-falar tranqüilo e não cultiva desejo maior do que o de continuar pintando. “Minha filosofia de vida é pintar”, diz. Ao fazer propaganda de si mesmo, ela prefere retratar crianças de rua, garis, garimpeiros, mendigos, cangaceiros... enfim, personagens de uma realidade conturbada e caótica — mas que, em seus quadros, vai adquirindo ordem, sentido e intensidade. Parâmetros pelos quais a própria vida da pintora vai sendo construída.



Um quadro seu, colocado na vitrine de uma loja de tecidos — naquele tempo não havia galerias —, despertou o interesse da crítica de arte Aline Figueiredo, que a convidou para participar de um concurso em Campo Grande.


Dalva de Barros nunca parou de pintar. Quando foi aberta a Fundação Cultural, Dalva foi convidada a tomar conta do primeiro “atelier livre” de Mato Grosso. Mais tarde, tomou conta do atelier da Universidade Federal de Mato Grosso, entre os anos de 1980 e 1995. Pelos dois ateliês, passou e se aproveitou da sabedoria de Dalva quase toda a atual geração de grandes pintores cuiabanos. “Eu apenas lhes dava uma ou outra orientação, de modo a não lhes tirar a liberdade artística”, diz ela, com a modéstia habitual. “Ninguém forma um artista. A qualidade da obra de cada um depende da sua vocação e do seu esforço”.



Em 2004, por iniciativa do deputado José Riva, a data de aniversário de Dalva em 27 de outubro, foi instituída através da Lei 8.204, como o “Dia Estadual do Artista Plástico”. Na oportunidade, 15 artistas plásticos de renome promoveram uma grande celebração com a pintura simultânea de telas em frente à antiga sede da Assembléia Legislativa, atual Câmara Municipal de Cuiabá. Essas telas hoje também fazem parte do acervo do Poder Legislativo.



"No momento histórico da expansão das fronteiras da civilização, no grande vazio demográfico de Mato Grosso, existe o perigo eminente da perda de valores da cultura regional. Dalva é um dos raros elementos, devido a sua inalterável visão provinciana do mundo, que pode nos legar um retrato puro da nossa sociedade em trânsito. Simples em todas as manifestações de suas atitudes, Dalva assiste o progresso e pinta-o sem conflito para si e sua arte. É a pintora repórter de Cuiabá, das cenas de rua, vistas panorâmicas, momentos únicos, eventos vários, fatos corriqueiros. Paisagens, retratos e interiores. Registra esses momentos através de admirável realismo ingênuo. Realismo por não deixar transparecer doses de fantasia, enfática dramaticidade ou artifícios que possam deturpar a veracidade da cena. Mas fiel à verdade de seu olho ingênuo é incapaz de pintar aquilo que não viu ou não vê. Não revela exatidão formal, ou em outras palavras, não pinta ´perfeitinho´, e nem se perde em minúcias de detalhe, escapando de um resvalo acadêmico. Sua perspectiva é deformada. Acentuada, porém não escandalosa, essa deformação denuncia o sabor ingênuo da pintura. Mesmo quando procura disfarçar, a artista Dalva extravasa sua maravilhosa ingenuidade diante da vida e das coisas complicadas do mundo atual. (...)"


Aline Figueiredo
DALVA Maria de Barros. Apresentação de Aline Figueiredo. 
Cuiabá: Palácio da Instrução, 1977.


"Ao contrário de Espíndola e João Sebastião, sobretudo em suas fases atuais, Dalva de Barros é tímida, delicada e frágil. Com pinceladas miúdas, vai armando ricas texturas em seus quadros diminutos, nos quais mantém,´ inalterada, sua visão provinciana do mundo´, pintando ´os últimos flashes da província que se consome´, como observou Aline Figueiredo. Mas sem nenhuma revolta, sem fazer críticas, sem lances de ironia. Ao contrário, vê o mundo comovidamente, com olhos ingênuos e puros, sem hierarquizar valores, como se tudo e todos fossem bons, honestos, puros. (...) Poucos pintores, no Brasil, terão pintado com tanta emoção e delicadeza uma praia num domingo movimentado como o fez Dalva. Que tem a sensibilidade de um Guignard ou Rebolo. Seu post-impressionismo tem muitas afinidades com o de Volpi dos anos 30. Quem tiver pressa ou não guardar dentro de si a província que se esvaiu com a juventude, não irá gostar de Dalva. Mas quem, como ela, substituiu a revolta pelo amor, o intelectualismo pela simplicidade, a extroversão pela timidez, ficará tão encantado diante de seus pequenos quadros, como ela diante do mundo. (...)"


Frederico Morais
BRASIL/Cuiabá: pintura cabocla. Textos de Frederico Morais e Aracy Amaral. Rio de Janeiro: MAM, 1981.


Sua obra atualmente é divulgada pela galeria "MS", através de Mara Dalvan, de Campo Grande (MS) que faz os contatos com compradores no exterior.


"Vender através de uma galeria é muito bom porém a comissão é muito alta", reclama.


Formada em Matemática pela UFMT, o canudo foi buscar recentemente.


Considerada a grande mãe das artes plásticas em Mato Grosso, já perdeu a conta de quantos “filhos” passaram por suas mãos. Este ano pretende realizar um trabalho voluntário com pessoas da melhor idade .


Maria de Barros Dalva (Cuiabá MT 1935). Peintre. A commencé ses études en peinture à travers un cours par correspondance mis à jour par le Brésilien universelle dans la ville de Diamond, Mato Grosso, en 1959. L'année suivante, suivre le cours libre de la peinture de la Fundação Armando Alvares Penteado - FAAP, Sao Paulo et entre 1968 et 1970, l'École des Beaux-Arts - EBA / UFRJ, Rio de Janeiro. De 1976 à 1980 superviser l'atelier libre de la Fondation culturelle du Mato Grosso, et en 1982, l'Atelier libre à l'Université fédérale du Mato Grosso, UFMT, à la fois à Cuiaba.


Prestes a completar 75 anos de idade, a artista plástica Dalva de Barros, está realizando a exposição 'As Festas Populares no Olhar de Dalva de Barros'. A mostra ficará exposta até o dia 28 de setembro no Salão Paroquial da Igreja do Divino Espírito Santo, no bairro CPA 2 em Cuiabá. Os horários de visitação são das 08h às 11 horas, e das 14h às 17h.



Para aqueles que admiram a artista e a geração que ainda não apreciou suas obras, este é o momento de entrar em contato com o olhar de Dalva de Barros sobre uma parte da cultura regional.


 





Dalva de Barros
Todos os direitos reservados a autora.



A exposição traz o tema no qual Dalva se dedica a realizar imersões desde 1961: cenas religiosas que compõe o cenário popular das tradições culturais de Mato Grosso. Uma boa oportunidade para os admiradores da artista e um momento mais oportuno ainda para quem ainda não conhece o seu trabalho.

Nas telas são retratados momentos como a preparação da comida e a reza do terço em festas tradicionais como a de São Benedito e o Senhor Divino.



Exposição Festas Populares








Uma mulher corajosa, olhar e falar tranqüilo de quem conhece e sabe o que faz. Dalva de Barros quer este ano realizar um projeto voluntário com pessoas da melhor idade. Ela cita Cartola que começou a compor aos 60 anos, e a poetisa Cora Coralina que sexagenária publicou o primeiro livro. "Basta um bom incentivo para se descobrir o talento".






Exposições Coletivas

1966 - Campo Grande MS - 1ª Exposição dos Artistas Mato-Grossenses - medalha de bronze;
1968 - Cuiabá MT - Mostra Grupo Jovem Mato-Grossense, promovida pela Associação Mato-Grossense de Artes - prêmio de viagem ao Rio de Janeiro;
1968 - Rio de Janeiro RJ - Salão Nacional de Belas Artes;
1974 - São Paulo SP - Bienal Nacional 74, na Fundação Bienal;
1974 - Cuiabá MT - Mostra, no Museu de Arte e de Cultura Popular da UFMT;
1979 - Curitiba PR - 36º Salão Paranaense;
1981 - Cuiabá MT - Brasil Cuiabá: pintura cabloca, no Museu de Arte e Cultura Popular da UFMT;
1981 - Rio de Janeiro RJ - Brasil Cuiabá: pintura cabloca, no MAM/RJ;
1981 - São Paulo SP - Brasil Cuiabá: pintura cabloca, no MAM/SP;
1981 - Brasília DF - Brasil Cuiabá: pintura cabloca, no Fundação Cultural do Distrito Federal;
1988 - Rio de Janeiro RJ - Referências Pantaneiras na Pintura de Mato Grosso e de Mato Grosso do Sul, no Solar Grandjean de Montigny;
1988 - São Paulo SP - Referências Pantaneiras na Pintura de Mato Grosso e Mato Grosso do Sul, no Paço das Artes;
1989 - Cuiabá MT - Mostra, no Museu de Arte e de Cultura Popular da UFMT;
1992 - São Paulo SP - A Cor do Mato, na Galerie Alliance Française;
2000 - Cuiabá MT - Projeto Grandeolhar, no Terminal Rodoviário de Cuiabá.


Exposições Individuais

1966 - Cuiabá MT - Primeira individual;
1975 - Aquidauana MT - Individual, no Museu de Aquidauana;
1977 - Cuiabá MT - Individual, na Fundação Cultural de Mato Grosso.








Críticas













Fonte

Dalva de Barros
Todos os direitos autorais reservados a autora. 

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