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Lucy Bortolini Nazaro - [Poeta Brasileira]


Lucy Bortolini Nazaro é professora aposentada, pesquisadora na memória oral, poeta e escritora. Está escrevendo um romance “A Roubadora de Histórias” (título provisório), ambientado inicialmente na Alemanha, 1870, pretende chegar aos dias atuais, retrata a saga da família, lado materno, imigrantes que lutaram para sobreviver em terras estranhas, mas fizeram daqui sua terra, a terra que legaram aos filhos. E, paralelamente, está pesquisando, na memória oral, o lado paterno da família, imigrantes da Itália, pesquisa que também deverá ser usada para outro romance. Escreve uma coluna semanal para o jornal local: crônicas, comentários, resumos históricos, poesias. Coordena três blogs: da Família Hilário Bortolini (Pai); da APAL (Academia Palmense de Letras, da qual foi Fundadora e Primeira Presidente e o blog Lucy Bortolini Nazaro Escrevivendo. http://familiahilariobortolini.blogspot.com/
http://academiapalmensedeletras-apal-pr.blogspot.com/
http://lucynazaro.blogspot.com/
Sua escrita está pautada nas histórias que viajam entre as esperanças do homem do passado, sua vivência plena de lutas e o cotidiano do homem do presente, com suas angústias, medos, desejos, alegrias e também esperanças. Tenta uma reflexão sobre o ser e estar no mundo...

Entre suas publicações destaca: Quem tem Medo de Gatos e outras estórias (Ed. Vozes –Infanto-Juvenil); Palmas, uma História de Fé, Luta e Garra de um Povo (Ed. Kaingangue- História de Palmas-PR). Causos do Coração de Minha Terra (Causos retirados da memória oral); O Riso da Noite Escura (Crônicas e misturas); Muitas Vidas em uma Vida (romance); Tic e Trac. (Infantil)- (pelo Clube de Autores). Em Busca da Felicidade (Biblioteca 24x7- Poesias, haikais, filosofia, pensamentos, mensagens, resultado de sua viagem à Índia, França e Alemanha, tudo ilustrado com fotos da viagem). A escritora Rosa DeSouza, assim se manifestou a respeito de meu livro: "
Lucy nos dá a impressão de ter desistido de ficar vendo a água correr, para ser o próprio rio. Desenterrou quimeras, para descobrir que só elas eram o verdadeiro tesouro. Sendo assim, a complexidade com que tendia a intelectualizar a vida, renasceu na simplicidade de uma nova palavra, que só a sensibilidade de Lucy Nazaro poderia ter criado: CriAmor. Com esse verbo ela designa a mais elevada Força, Consciência ou Vibração do Universo. E é com CriAmor que todos deveríamos “conspirar para semear a Felicidade”.
Na dança da magia da Vida, Lucy nos pergunta que tipo de história queremos ser, já que cada um de nós é a história que um dia será contada. Saberemos nós encontrar o invisível que permeia o visual? Descobrir que o objetivo fundamental apenas parece estar oculto, por ser a originalidade do simples, com seus tons propositadamente coloridos, obrigando-nos assim a sair da monotonia e entrar noutra dimensão de pensamento? (?). Questionamos o mito para entrar no profundo, que só se encontra no real. E a felicidade? Quem a procura sabendo que a tem sempre consigo, chega mais longe do que aqueles que a procuram-nos outros.
Na sua busca Lucy descobriu que felicidade é simplicidade e que para encontrá-la não precisamos ir ao outro lado do mundo, porque ela está sempre ao nosso lado, esperando o momento em que a possamos reconhecer. A cândida e sincera força que emana das palavras de Lucy apaixona quem a lê, pela simples razão de que tudo o que diz sai da sua harmoniosa consciência.".


É TEMPO DE COMEÇAR NOVAMENTE...

lamento minhas horas sem poesia
uma vida vadia, sem sentimentos autênticos
sem repentes de emoção
que fazem a vida e que a ela nos dão

lamento meus lamentos fúteis, vazios
feitos nas sombras dos dias do encalorado sol
ou sob um manto nas noites frias
ou, ainda, guardados da chuva sob um guarda-sol

lamento os lamentos de mim mesma
que não consegue ver o horizonte
no final dos verdes campos onde descanso minh´alma
no aconchego da água que escorre mansa e calma

lamento não fazer mais os versos que me punham em pé
que me davam febre, medos, coragem ou até mesmo fé
mas ainda tenho como lamentar e isso é um novo começo
quem sabe me deixei levar num pequeno tropeço...

mas há Neruda, 106 anos, sempre me acorda e chama
no livro, no virtual espaço sobre a mesa, ou na cama
lá está ele, O Grande, gritando palavras de ordem
palavras de amor, palavras de paz, conclamando o povo:
Acordem! é tempo de começar tudo de novo!



ESQUECI DAS PALAVRAS...

não sei se fugi das palavras
ou as espantei
sei que agora nada sei
esqueci de escrever
esqueci de sentir
esqueci de viver

estou me esforçando para
voltar a palpitar


O ESPELHO


engraçado isso de ter um espelho
que apenas reflete a mim
uma tela que teleporta apenas meus eus
um computador que apenas me vê
uma internet que apenas me capta
uma Sky
que me distrai

enquanto o mundo lá fora está pleno de ação
gente que morre e mata
maremoto, furacão
terremoto, fome, dor, ambição...

enquanto as notícias escorrem vermelhas
e pessoas correm afugentadas pelo medo
em busca de comida, de água
de roupas, de cama,
de um chão seguro
vejo apenas eu e meu ego...

2012 está chegando, eu nem aí
sorrio para ele
pleno de promessas
parecem mais de melhoras
o pior já se foi, está indo, ainda...
mas o fim? aquele que eu sabia?
não vejo, não vi

meu espelho me cegou,
amalgamou o que eu pensei que era verdade...


POETA OBSCURA


preciso da trave, do cisco, da dor, da distância
contar histórias da meia-noite, me perder na imensidão do universo
preciso do sangue correndo em naus profanas
alimentando o que pretende ser vida eterna

preciso não fugir de meu destino
viver da saudade de beijos molhando a boca até o infinito
saber desta saudade, lendo-a nos vazios
de meus pensamentos amorfos

preciso que descubra magias, desencante meus altares
livre-se das algemas, mesmo que de ouro
e jogue-me no hades da mortalidade
me veja como sou, um ser que nunca nasceu
e nunca morrerá porque não existe.

sanguessuga do pensamento alheio, de corações perdidos
enlaço-os com pincéis que o universo me permitiu
com mãos de uma escuridão solitária e maldita
desmanchando futuros, borrando telas que não serão vistas

preciso que use seus olhos para ver além do horizonte
e da imagem em sua frente
faça com eles o encantamento, transformando-os espelho
onde possa contemplar a mim mesma e fugir do que vejo
sem deixar sentir saudades ou culpas

minha tumba é feita de mel, arrasta os incautos
meus olhos são feito fogo, queimam, não aquecem
minhas palavras são feito ferro, marcam
meu toque feito magia para encantar desencantados
minha poesia feito feitiço, obscura
sou inteira falsa, me falta espaço
caminhos e encontros trancados
não sei abrir porteiras para pradarias

é preciso ser alado, mágico, encantado
é preciso não ser, para ser comigo
deixar de ser é um perigo
quando o mundo é um céu de seres
que até deus quis por morada.

mas, a poeta feiticeira nunca será profana
ama
e, enquanto sonhos desvendam segredos da alma
farei poesias da trave que preenche minha concha
as transformarei em pérolas
de madagascar, quem sabe, negras
como entrelinhas de meu vazio.

enquanto sou capaz de dialogar com o universo
que fala de suas saudades, de ânsias e de beijos
em bocas, corpo inteiro, correndo a língua ansiosa em peles macias,
sou capaz de continuar balbuciando um abecedário de quimeras
em histórias, contos, cantos e poesias.


CAFÉ FORTE

o chiado de veludo do café se fazendo bate forte
nas madeixas de seda da amada fulgurante
enquanto desperta a mudez adormecida
e evasivas vontades da paixão.

o cheiro chega chiando de mansinho
a saga segue cegando caminhos
de mádidas medidas de meu falo
volúpico, volátil e voraz.

e na alvorada destroçada de minha investida
inverto papéis invento vontades
arrancando suspiros e maldades
me torno deus, mentiras, zeus e verdades

e a tomo saboreando o cheiro e o som
e a umidade faminta de seu corpo suado
cansado, febril e excitante, dentro de um só instante
me torno rei, dono de um castelo cercado de muros feito de flores vermelhas.


ORVALHO

pingos de orvalho molham pensamentos inquietos
na noite calma
enquanto sonhos doces
ou não
sussurram novidades do dia
segundos se somam silenciosamente
formando a hora
que olha para nós
que a vemos passar

é preciso viver as horas.... com felicidade!


Lucy Bortolini Nazaro
Todos os Direitos Autorais Reservados ao Autora

Um comentário

FAMÍLIA BORTOLINI disse...

Obrigada pela publicação. Gostei muito.